A cultura da visitação de museus ainda é pouco difundida em Natal, mais afeita aos atrativos promovidos em shopping centers. O Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão é o mais novo da cidade, inaugurado em agosto de 2008. Supre uma lacuna de espaço voltado à exposição e aos trabalhos produzidos pela cultura popular e tradicional do Rio Grande do Norte. É um pouco o retrato do povo e da cultura potiguar. Ainda assim, a visitação ao espaçoso museu situado na antiga rodoviária da Ribeira ainda é pouca. Está limitada praticamente a alunos da rede pública de ensino e universitários - visitas forçadas pelos deveres escolares. Segundo o monitor do museu, Allan Emannoel, o morador da cidade e os turistas visitam esporadicamente. Em um ano de visitação, o museu recebeu 12,5 mil pessoas - cerca de 1,3 mil pessoas ao mês.O visitante encontrará uma galeria de aproximadamente 350 metros quadrados e uma gama variada de telas, artesanatos e peças de artistas das mais diversas regiões do estado, desde mamulengos a esculturas em granito, exposta de forma permanente no espaço. Há também um ambiente reservado para exposições temporárias, para ceder oportunidade a outros artistas divulgarem seus trabalhos. E ainda um auditório com capacidade para abrigar 46 pessoas, voltado a eventos e apresentações esporádicos.
O layout é moderno. E o Museu Djalma Maranhão, além de preservar e difundir a cultura e a arte do Estado, inova ao unir as formas virtual e tradicional de exposição: 200 horas de conteúdo virtual dividem espaço com o acervo materializado, com mais de mil peças. As divisórias e galerias foram dispostas conforme idéia e pesquisa do museólogo Hélio Oliveira.
Â
Textos explicativos orientam o visitante em cada galeria. No espaço destinado aos autos e danças da tradição popular folclórica, sobretudo o turista passa a saber que o Rio Grande do Norte é o único estado brasileiro a preservar os quatro grandes autos populares: o boi de reis, o fandango, a chegança e o congo. Preserva ainda o pastoril, lapinha e caboclinho, além de danças genuÃnas como o zambê de Tibau do Sul e a Sociedade Araruna. Outras formas do fazer cultural popular, como a literatura de cordel, os bonecos de mamulengos, esculturas e tradições religiosas como a prática da Jurema e da Umbanda também podem ser conferidos em espaços próprios, ainda com ajuda de textos contidos em totens espalhados pelas galerias. "Infelizmente temos fechado o museu mais cedo porque muitos equipamentos, como os dois telões que estão a espera da manutenção, têm vida útil. Como não há ninguém para utilizá-los, achamos melhor desligar", disse o monitor Allan. (SV)
Serviços:
- Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão
- Onde: Praça Augusto Severo (Ribeira)
- Horário: Terça à Sexta-feira (das 9h às 17h)
- Sábados, domingos e feriados (10h às 17h)
< Anterior | Próximo > |
---|