Instituto José Maciel

Auta de Souza

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Uma das formas de aferir o valor de certas obras ao longo do tempo é pesquisar-lhes a reação que despertaram logo ou depois da sua circulação.

Machado de Assis, José de Alencar, Raul Pompéia, Manuel Antonio de Almeida, Euclides da Cunha, Augusto dos Anjos, Cruz e Souza, Casimiro de Abreu e tantos outros viram marcado o seu lugar no quadro da literatura brasileira, logo depois da publicação dos seus primeiros livros.

Quem não conhece Iracema, de José de Alencar, A mão e a luva, de Machado de Assis, o Ateneu, de Raul Pompéia, Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antonio de Almeida, Os Sertões, de Euclides da Cunha, Eu, de Augusto dos Anjos, Missal e Broqueis, de Cruz e Souza, As Primaveras, de Casimiro de Abreu, constantemente reeditados, discutidos, lembrados, admirados?

foto: Dr. Waldemar V. Barros

Auta de Souza, nascida numa obscura povoação do Rio Grande do Norte, posteriormente vila e cidade de Macaíba, não faz exceção a essa regra.

Educada em Colégio religioso em Recife, volta á terra natal, fixando residência em Macaíba, em companhia da avó e dos irmãos.

Macaíba é, comercialmente falando, a cidade mais importante da Província. Abastece todo o Agreste, Região Central, Sertão do Seridó. Tem vida social, intelectual, religiosa, independente de Natal.

Em 1890, instala-se ali o Instituto Literário Macaibense, (05-07-1890), cuja diretoria fica assim constituída: - Presidente, Dr. Luis Fernandes; Vice-presidente, Leonilo Miranda; 1º e 2º Secretários, João de Lira Tavares e João Clementino da Rocha; Oradores, Dr. José Amintas da Costa Barros e Lourenço Leão de Oliveira Correia; Tesoureiro, Agripino de Mesquita; Bibliotecário, Fortunato Aranha e Procurador, Lídio Marinho.

Em 25 de julho de 1897, funda-se o Clube “Tobias Barreto”, posteriormente transformado em Grêmio Literário “Tobias Barreto”, cuja diretoria, em 20 de fevereiro de 1899, fica composta de Henrique Castriciano, Presidente; Francisco Sebastião Coelho, Vice-presidente; Francisco Freire da Cruz, 1º Secretário; João Câncio Rodrigues de Souza, 2º Secretário; Pedro Odilon do Nascimento, Orador; Sócrates Barbosa Garcia, Vice-Orador e Odilon Freire Feitosa, Tesoureiro.

O General Pessoa de Melo, em conferência pronunciada em 1962, na Academia Norte-riograndense de Letras, assim depõe sobre o Grêmio “Tobias Barreto”:

Na cidade de Macaíba havia uma sociedade literária – a “Tobias Barreto” – com a qual mantínhamos relação das mais cordiais. Em nossas sessões comemorativas, uma comissão de sócios da “Tobias Barreto” estava sempre presente com os votos da amizade de nossa co-irmã. E pagávamos na mesma moeda. Na aproximação da data da sua fundação lá nos chegou um dia o convite.

Por: M. Rodrigues de Melo - PALESTRA REALIZADA NO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RN,
NO DIA 9 DE NOVEMBRO DE 1976 EM COMEMORAÇÃO AO PRIMEIRO CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DA POETISA.
 
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