Cônego Estevão José Dantas
Dentre os filhos de São José de Mipibu, elevados á dignidade sacerdotal, o Cônego Estevão José Dantas, teve lugar de destaque, pela sua cultura, sobretudo no conhecimento profundo da língua latina. Nasceu a 13 de agosto de 1860, no Engenho Olho D’agua, situado no município de São José de Mipibu, filho do Capitão Miguel Antonio Ribeiro Dantas e Joana Evangelista dos Prazeres Dantas, o seu batismo foi no Engenho Porteiras a 16 de setembro no mesmo ano de seu nascimento, oficiado pelo Padre Targino Paulino de Carvalho. Em São José de Mipibu, fez os estudos primários e o Padre Joaquim Severiano, seu parente, lhe ensinou o Latim. No Recife, no Colégio Santa Genoveva iniciou o curso secundário, vindo terminar em natal, no Ateneu Norte Riograndense. Findo assim os estudos preparatórios, seguiu em 1877, para Roma e nessa cidade, no Colégio Pio Americano e no ano de 1880 teve o grão de licenciado em ciências filosóficas. Na Universidade Gregoriana de Roma, estudou a teologia e o Direito Canônico, recebendo a ordem do subdiaconato a 23 de setembro de 1882, na Basílica de São João de Latrão em Roma. Regressou ao Brasil em 1883 e no Seminário de Fortaleza continuou os estudos e ai recebeu o Diaconato em 1884 e a Ordenação Sacerdotal a 30 de novembro do mesmo ano, ordens conferidas pelo bispo Diocesano, Dom Joaquim José Vieira. Primeira Missa na matriz de São José de Mipibu a 18 de dezembro. Primeira nomeação em 1885 para coadjunto de Padre João Maria, em Natal. Vigário de Macau em 1886 e 87; a 2 de janeiro de 88, se tornou pároco do Açu por concurso. Tendo a carta de apresentação, datada de 1880 da Princesa Imperial Regente e tomou com Vigário cotado a 21 de janeiro posse da paróquia, no Palácio da Solidade, no Recife, dada pelo bispo Dom José Pereira Barros. No Açu a posse foi a 4 de março do mesmo ano, dada pelo padre Felix Alves de Souza, do Angicos. Regeu Santana dos Matos e Caraúbas e em 1894, licenciou-se do Açu e foi ocupar a cadeira de Teologia normal no Seminário da Paraíba, ficante também na secretaria do bispado, por nomeação do bispo Dom Adauto, quando então, em 1896 teve o Titulo de Cônego Honorário. Voltou ao Açu em 1897 e ai ficou até 1901, quando saiu para Mosoró, afim de dirigir o Colégio Diocesano Santa Luiza, permanecendo no cargo até 1907, como primeiro Diretor. Renunciou a Paróquia do Açu, indo para Macaíba e ai teve posse a 24 de fevereiro de 1907. Em 1910 deixou Macaíba, sendo então diretor do Colégio Santo Antonio, de Natal, Visitador Diocesano e novamente em Macaíba de 1911 a 12. Professor de Italiano no Ateneu em 1911; Vigário de Natal de 1914 a 15; Secretario do bispo desde 1917 a 18; Vigário de Natal, outra vez; professor do Seminário de São Pedro, em teologia moral e latim. Diretor do Ateneu em 1919. deputado no Congresso Legislativo para a Constituição do Estado em 1915 e em 1924 deixou a Direção do Ateneu. Capelão do Colégio da Conceição e da igreja do Rosário e nesta igreja foi capelão ate a sua morte. Como poeta latino, deixou para o seu tumulo, esta inserção “ Sui nos fraterno invita conjuxitamore, in somno tumuli nos ded’t esse simul”. Faleceu em natal, na sua residência, no Alecrim, às 18,45 horas da noite a 29 de julho de 1929. os seus restos mortais estão em um tumulo da família, no cemitério do Alecrim. No Arquivo paroquial de São José de Mipibu, no livro n. fls. 83v. está este termo: “ Aos deseseis de setembro de mil oitocentos e sessenta no Engenho Porteiras, o Revdo. Targino Paulino de Carvalho de minha licença batizou Estevão, nascido a três de agosto de mil oitocentos e sessenta, filho de Miguel Antonio Ribeiro Dantas e de Joana Evangelista dos Prazeres, sendo padrinhos Revdo. Joaquim Severiano Ribeiro Dantas e D. Maria Manoela do Nascimento”.
Escrito por Vigário Gregório Ferreira Lustosa
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