Instituto José Maciel

Manuel Dantas

E-mail Imprimir PDF

Manuel Dantas

               Estamos há 131 anos do nascimento de Manuel Gomes de Medeiros Dantas, e ainda colhemos valiosos frutos por ele plantados na sua existência de apenas 57 anos.
               Manuel Dantas nasceu na Fazenda Riacho Fundo, Caicó, em 26 de abril de 1867. Iniciou seus estudos fundamentais naquela mesma região do Seridó, sob o desvelo de sua avó materna.
               Em 1885, após a conclusão do curso secundário em Natal, ele ingressou na Faculdade de Direito do Recife, recebendo o grau de bacharel em 1890. No mesmo ano, assumiu a Promotoria de Acari, no período de 1891 – 1894, foi Juiz Federal Substituto no Rio Grande do Norte e Procurador Geral do Estado entre os anos de 1908 e 1911.
               Além de jurista exemplar, Manuel Dantas destacou-se como jornalista político, historiador, geógrafo, educador tribuno, escritor e fotografo. Revelando em cada ação. Presença de espírito e inteligência primorosa. Ele casou-se com Dona Francisca Anália Bezerra Dantas e foi pai de prole numerosa, constituída de 11 filhos.
               Na carreira de jornalista, ele foi um dos fundadores do jornal “O Povo” de Caicó, em 1889. Em Natal, foi colaborador dos jornais “Diário de Natal” (1893), “Estado” (1895). Foi redator de “A República”, em 1897. Em 1900, assumiu a diretoria da redação daquele jornal, função somente interrompida com o seu falecimento, em 15 de junho de 1924.
               Foi ele, um dos fundadores do Instituto Geográfico do Rio Grande do Norte e grande incentivador das letras, das artes e da cultura do Estado.
               Como político, Manuel Dantas cumpriu o mandato de deputado estadual de 1905 a 1907 e, em 1923 foi eleito Presidente da Intendência Municipal.
               No período de 1911 a 1924, exerceu o cargo de Diretor da Instrução Pública, dando inicio ao projeto de remodelação educativa do Estado, elaborado por Pinto de Abreu. Foi também professor de geografia do Atheneu Norte-riograndense, durante longos anos.
               Manuel Dantas também destacou-se como orador notável, atraindo multidões sempre que precisava ocupar a tribuna, sendo por isso, muito solicitado nos comícios e conferencias literárias.
               Como escritor, deixou uma vasta obra constituída de contos, versos, antigos sobre os mais variados temas, inclusive um verdadeiro compêndio de Geografia Geral, publicado em forma de capítulos no jornal “A República”. Escreveu o livro “Homens de Outrora”, de publicação póstuma, em que estão reunidos cinco ensaios, anteriormente publicados no jornal “A República”, sob forma de artigos e na Revista do Instituto Histórico e Geográfico do RN.
               É também de sua autoria a profética conferência “Natal daqui há 50 anos”, uma deliciosa antevisão do futuro da então província Natal. A conferência foi proferida pelo próprio autor, em 21 de março de 1904, no salão de honra do Palácio do Governo.
               Como fotógrafo, Manuel Dantas deixou um relevante legado para o povo potiguar, registrando tudo o que estava ao alcance de suas lentes, fornecendo valioso subsídio a pesquisadores, historiadores e planejadores urbanos da atualidade.
               O acervo fotográfico de Manuel Dantas pertence ao seu filho, Osório Dantas e é carinhosamente preservado pela sua nora, Sílvia Ramalho Dantas.

Escrito por Jeanne Nesi
Publicado na Folha da Memória do IPHAN

 
 Natal/RN - Brasil,