Instituto José Maciel

A epica travessia do piloto frances, Jean Mermoz

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A épica travessia do piloto francês Jean Mermoz sobre o Atlântico, estabelecendo a primeira linha aérea postal regular entre a Europa e a América do Sul, é um valioso documento de coragem e determinação que Ventura traz aos seus leitores.

Permanentemente lembrada, a imagem de Jean Mermoz, com um capacete de couro, pilotando um velho biplano Breguet, sobre as áreas do Saara, suscita ainda muitos sonhos e aventuras. É verdade que o piloto conheceu, ao redor dos anos 20, uma vida excitante e perigosa nos Correios Aéreos, atravessando, com todas as condições de tempo, sobre o deserto e a montanha, bordejando um oceano ainda inviolado. Mas, até por que ele viveu e exerceu o seu trabalho numa época-chave da História, Jean Mermoz também foi, ao fim de sua breve e prodigiosa carreira, o comandante de multi motores transoceânicos e inspetor geral da jovem companhia Air France. E uma pequena dezena de anos somente, separa essas duas realidades.

O PILOTO MILITAR

Brevetado no começo do ano de 1921, então com apenas 19 anos de idade, Jean Mermoz faz parte dos pilotos que a grande guerra não deu tempo de formar. Foi no entanto na aviação militar sobre os campos de Istres que ele efetuou suas primeiras tomadas de pista. Um acaso? Não. Curiosamente, o adolescente Mermoz jamais havia manifestado paixão pela aviação, assim como não demonstrava nenhuma vocação para a vida de caserna. Sonhava mesmo por algum tempo em tornar-se jornalista. Filho único de pais separados, abandonou aquela idéia, decidindo a submeter-se aos desejos de sua mãe, Madame Gabrielle Mermoz. Por ela, seria engenheiro. Seu fracasso ao tentar os estudos superiores e, mais precisamente, ao ser reprovado num exame oral de matemática, colocou um fim naquele sonho. Aos 18 anos, o jovem hesitava. A conselho de um amigo encaminhou-se para a aviação. Certamente, por que esta escolha prometia belas aventuras, assim como o salário dos aviadores se situava em um nível mais vantajoso do que os salários de outras carreiras militares. Jean Mermoz pensava no futuro próprio e de “Mangaby”, o apelido de sua mãe Gabrielle, a quem ele permaneceria felizmente ligado até o fim de sua vida.

Alistado na aviação militar por quatro anos, Mermoz encontrou o seu caminho. “A febre do ar e da aviação me possuem”, escrevia ele à sua mãe, ao começar a sua formação de m piloto. Em abril de 1921, compareceu a seu primeiro posto, na Base de Metz-Frescaty. Rapidamente apresentou-se como voluntário para ir para o Oriente Médio, especialmente para a Síria, onde a guerra dos Druzos mobilizava tropas francesas encarregadas de manter a ordem na região. Os primeiros momentos de aventura o esperavam em Saida e logo depois em Palmyre, onde Mermoz assumiu suas funções de piloto, em dezembro de 21. O homem que 14 meses mais tarde retornaria à França não seria mais o mesmo. Não foram as medalhas e uma citação honrosa que o haviam transformado, e sim um novo amor, voar, que passara a fazer parte integrante de seu corpo, trazendo do deserto oriental seu primeiro resultado de fortes experiências.

O PILOTO DE CORREIO

É uma alegria verdadeiramente sadia, fazer o bem. É a única coisa que não se deve desprezar. É uma felicidade fácil de obter”, escreve ele naquela época. O que havia ocorrido? Apenas recuperado de uma marcha de quatro dias e quatro noites contra a morte no deserto, quando, ao retornar de uma missão, foi obrigado a pousar seu avião no último minuto com o motor em chamas, a 60 km de Palmyre, Mermoz se viu designado para nova missão, pilotando um avião-ambulância novo em folha. Ei-lo pois, enfermeiro dos ares! O sentimento experimentado neste período iria marcá-lo profundamente. Depois de dois estádio na metrópole, Jean Mermoz deixou o exército sob permissão, no mês de março de 1924. Contava, na época, com 600 horas de vôo, e sem nenhuma dúvida esperava que as cartas que havia escrito para as sociedades de aviação oferecendo-se como piloto lhes renderiam frutos. Uma nova experiência o esperava, e esta sim, o marcaria para sempre.

Antes de entrar nas linhas aéreas Latécoère, em outubro de 1924, e nos passos de um destino fora das normas habituais, o jovem piloto se encontrava sem emprego em nem domicílio fixo. Preocupado em não inquietar sua mãe, e muito orgulhoso para mostrar suas decepções, vagava sozinho pelas ruas de Paris, aceitando pequenos biscates, não importava onde e até mesmo sem condições de almoçar ou jantar todos os dias. Enfim convocado à Toulouse por Didier Daurat, o célebre diretor de exploração da linha, foi um Mermoz esfomeado mas predisposto a qualquer desafio que se apresentou ao seu futuro patrão. Poderia, enfim, retomar sua vida de piloto. Depois de algum tempo em terra, passou a integrar o que chamavam de “La Ronde”, ou seja, o grupo que se revezava na distribuição do correio aéreo, que, na época, era transportado diariamente em viagens de ida e volta de Toulouse às portas da África. Designado para a linha Toulouse-Barcelona, depois Barcelona-Málaga, Jean Mermoz não descansava. No fim de 1925, recebia a medalha do Aeroclub de France por seus 120.000 km percorridos naquele ano, em 800 horas de vôo. Mas o piloto queria mais. Sua sede de ação e de descoberta crescia na medida em que se formava sua personalidade. Em março de 1926, assumiu a linha Casablanca-Dakar. Reencontrava então com o deserto ocidental, seguindo as rígidas normas do correio, aquela mercadoria muda e sublimemente humana que passaria a ser uma importante parte de sua vida, assim como da vida de seus camaradas.

O PILOTO-CHEFE DE BUENOS AIRES

Assim que Pierre-Georges Latécoère, o inventor da Linha Postal, começou a entabular negociações para a extensão da linha para a América do Sul, Mermoz dedicou-se inteiramente a esta nova missão. Seus pensamentos já atravessavam o oceano no rumo da América do Sul, um outro mundo que a aviação comercial não havia ainda atingido – em uma palavra, um gigantesco continente a conquistar, o que a empresa alemã Lufthansa projetava fazer já havia algum tempo. E foi efetivamente aí, no momento em que seu nome circulava ao longo de toda a linha, de Toulouse a Dakar, que iria se conferir toda a avergadura do piloto e do homem Jean Mermoz. Ao longo da costa da África, “O grane”, como já era chamado, não se contentava com tão pouco, participando também das operações de resgate de seus camaradas acidentados naqueles percursos, arrancando alguns deles das mãos cruéis dos mouros dissidentes, tendo sido ele mesmo feito prisioneiro e somente libertado contra o pagamento de um resgate. Liderando pilotos menos prudente do que ele, Mermoz não era só um grande comandante, mas também um amigo fiel. Em abril de 1927, Latécoère fracassa em suas ambições para a América do Sul e, por algum tempo, desiste. Aquele epopéia poderia ter terminado se não fosse por um homem de negócios francês, Marcel Lafont, instalado no Brasil depois de muitos anos, e que vislumbrou a importância do projeto da linha aérea da concorrência alemã se estabelece sob o olhar quase indiferente dos Estados Unidos que não acreditam ainda na viabilidade de uma linha postal naquela região do mundo. O governo francês preocupava-se sobretudo com as ligações entre seu império colonial, do qual a América do Sua não fazia parte. Marcel Bouilloux-Lafont desejava e acreditava que havia algo a realizar e, assim sendo, comprou pelo preço mais alto a maioria das ações da Latécoère, fechando contratos postais com os países sul-americanos, batizando sua nova empresa como “Aéropostale”. Começava então aí, uma nova época, aquela dos pioneiros do correio postal, que se acidentaram às dezenas no comando de aviões frágeis, cujo potencial aéreo já havia se exaurido há muito tempo. Iniciava-se a exploração da mais longa e prestigiosa linha aérea do mundo, e nela estava Jean Mermoz. No fim do mês de novembro de 1927, desembarcava ele no Rio de Janeiro. Nomeado piloto-chefe, a ele cabia colocar em Marcha uma máquina gigantesca, a rede sul-americana da Aéropostale, com suas trilhas na maior parte abertas para Paul Vachet, outro grande piloto que os historiadores da linha por diversas vezes esqueceram de mencionar em suas histórias.

O PILOTO TRANSOCEÂNICO

Paul Vachet sentado ao lado do avião das 
linhas aéreas Latécoère que fazia o roteiro
Recife, Rio de Janeiro, Montevidéu e
Buenos Aires - 1930.

Sem fugir às suas novas responsabilidades, Jean Mermoz estabeleceu uma condição para a sua nomeação de piloto-chefe: continuar a voa. E assim o fez, sendo permanentemente visto em todo o percurso da linha, por cima de florestas e ao longo das costas, assim como na burocracia da empresa, dividindo riscos com seus camaradas e impondo-se um irrefreável ritmo de trabalho. No mês de abril de 1928, Mermoz inaugurava o vôo noturno da linha. Ninguém acreditava que isso pudesse ser feito, mas ele o fez, abrindo caminho para todos os outros pilotos. Para transportar o correio até Santiago, no Chile, era necessário vencer o enorme obstáculo da Cordilheira dos Andes. Foi também ele que abriu a via aera para aquele destino, escapando duas vezes da morte enfrentando aquele monstro de rocha de gelo.


Os pilotos tinham que se adaptar as mais inóspitas e 
adversas situações. Na foto, um dromedário sendo
usado como escada para reparos no avião.

Embora festejado, na França quase ninguém ainda o conhecia, o que mudaria entre 12 e 13 de maio de 30, quando o primeiro correio cem por cento aéreo, pelas mãos de Jean Mermoz parte de Saint Louis no Senegal, com destino ao Brasil, pousando 21 horas e dez minutos depois, na cidade de Natal. Três anos antes, Lindberg aterrisava em Le Bourget vindo de Nova York, mas para Mermoz e seus dois tripulantes, sua travessia não se tratava de um “Raid”, uma vez que a missão daquele hidroavião Laté 28 era transportar o importante correio postal. A concorrência alemã distanciava-se e o trabalho de cada homem na linha aumentava.


Um Late 300, adaptado  para pouso na água.

O HOMEM PARA TODA A OBRA

Pierre George Latecoere, fundador da linha Aeropostale. 

Ao curso dos seis últimos anos de sua vida, Mermoz se consagrou inteiramente ao seu “correio postal”. Transformou-se na ponta de lança de uma energia francesa projetada sobre o Atlântico Sul até os confins da Patagônia. Com a liquidação da Aéropostale, de onde nasceria a Air France, Mermoz continuava voando, transformando-se no grande defensor de uma obra pontilhada de sacrifícios e atos de heroísmo, porém Paris, o Ministério do Ar e a direção da Air France, pouco se emocionavam. Ocorreu mesmo a possibilidade de dividir a linha com a Alemanha, o que para Mermoz era impensável, até por que era uma missão conservar para a França aquela linha exemplar que nem mesmo os americanos haviam ousado construir. A Air France decidiu hidroaviões para assegurar a travessia do Atlântico Sul, e Mermoz sugere que a escolha do equipamento recaia sobre o Arc-em-Ciel, um avião trimotor inventado e construído pelo engenheiro Renée Couzinet. Mais rápido, com uma melhor performance e mais seguro, o aparelho prefigurava a aviação moderna que a empresa americana Douglas alguns anos mais tarde apresentaria com o seu modelo DC-3. No entanto, Mermoz prega no deserto. Aborrecido com as intrigas políticas das quais é testemunha, resolve imiscuir-se no meio das discussões sobre a linha e os seus recursos, em nome de um ideal e de sua fé numa obra coletiva. Forjado nas escola da aviação ele deve dedicar-se fortemente ao seu trabalho. Com a França atolada em divisões políticas, é necessário um discurso de reconciliação nacional. Mermoz se engaja nos quadros da Associação dos Voluntários Nacionais, um emanação do movimento das Cruzes de Fogo, dirigida por François de La Rocque. Seu engajamento, portador de uma mensagem cívica, não terá tempo de desabrochar. Entre duas viagens transatlânticas e alguns vôos de experiência, Mermoz milita, pronuncia discursos e inicia movimentos de moços junto à Associação Philotécnica de Bois Colombe, perto de Paris incrementando o gosto pela aviação. Em 7 de dezembro de 1936, a tragédia se abateria sobre o grande piloto quando, como comandante da Legião de Honra e Inspetor Geral da Air France, desaparecia com o seu avião sobre o Atlântico, oriundo de Dakar. “Jamais será grande quem permanecer simples”, escreveu ele a um jovem. No entanto, Jean Mermoz partiu simplesmente, no comando de seu hidroavião “Croix Du Sud”, firmemente unido à sua tripulação, no cumprimento do dever, como sempre. Sua última transmissão pelo rádio, recebida pelo operador de Air France em serviço na manhã daquele 7 de dezembro foi: “Acabamos de cortar o motor traseiro direito”. A nação francesa estava em lágrima e a aviação mundial de luto. Assim mesmo, a mensagem de bravura e determinação de Jean Mermoz, curiosamente atual, plana ainda sobre a superfície do mundo que ele ajudou a desbravar.

Marcel Bouilloux-Lafont, pioneiro 
das linhas aéreas para a América
do Sul, diretor da Aeropostale.
FRAGMENTOS DO DIÁRIO DE BORDO DE JEAN MERMOZ REFERENTES AO PRIMEIRO 
VÔO DAKAR-NATAL.

Cobrindo a Argentina e outros países da América do Sul com uma gigantesca rede de linhas aéreas, assim Marcel Bouilloux-Lafont pensava na travessia do Atlântico Sul e assim foi que Didier Daurat preparou e testou um novo Latécoère 28 adaptado com flutuadores. Em 1930, ele me chamou da América do Sul, para me confiar a implantação daquela linha. Depois de haver batido em 11 e 12 de abril o recorde do mundo de distância em circuito fechado em hidroavião, com 4.308 km percorridos em 30h e 25min de vôo, parti para Saint Louis du Senegal com meus tripulantes Dabry e Gimié. A partir daquela data pensei que era impossível atravessar o Atlântico Sul pelo ar, de uma forma regular que não seria nada mais do que uma questão de método, vontade e espírito de realização. Em 12 de maio atravessei o Atlântico no Laté 28 com flutuadores, um monomotor, do Senegal a Natal em pouco mais de 19 horas. Tínhamos a bordo 130 kg, do primeiro correio aéreo transatlântico, que foi distribuído no Rio, três dias após sua partida de Paris, em Buenos Aires três dias e meio depois e em Santiago do Chile, no quarto dia. Uma tripulação francesa havia assegurado pela primeira vez a ligação postal entre os dois continentes. A partir do momento que decolamos, em 12 de maio, do Rio Senegal em Saint Louis, nosso hidroavião Latécoère 28 Hispano-Suiza 650CV portava 2.600 litros de combustível e pesava 5.500 kg. Para mim, como para meus dois companheiros, o navegador Dabrit e o radio-telegrafista Gimié, a quem devo fazer um elogio todo especial, nossa tentativa parecia realizar-se sem nenhum problema. Insisto sobre a característica de nosso empreendimento, uma vez que a mesma era uma experiência e não uma tentativa de um raid. Evidentemente, é curioso que um simples vôo postal regular tenha sido superior a um recorde mundial. Assim foi, precisamente por que a aviação francesa tinha alcançado um magnífico movimento de recuperação, uma vez que os serviços técnicos das companhias aéreas comerciais tinham uma idéia exata da aviação, sendo que a aliança de um piloto, de um navegador, e de um radio-telegrafista, constituíam uma grande força”.

PILOTOS DE LINHA

O percurso do trecho de Toulouse, 
na França a Santiago, no Chile.

Habituados a voar com qualquer tempo, de dia e de noite, em dias e horas determinadas previamente, os pilotos de linha adquiriram um sendo espacial inteiramente natural. É bem verdade que, sobre o Atlântico Sul, não fomos submetidos a nenhuma emoção e nenhum problema. Dabrit e Gimié foram instalados numa cabine relativamente grande, á vontade; o primeiro para efetuar suas observações e cálculos e o segundo para servir-se do seu posto de telégrafo sem fio. Dakar já se encontrava há alguns quilômetros de nós quando Gimié fez seu primeiro chamado á estação rádio terrestre. O barulho do motor me alegrava e eu não pude esconder a alegria no meu coração. Meus dois co-tripulantes, que contavam, cada um , perto de 50 travessias Marselha-Algéria, tinham, enfim, a ocasião de realizar uma grande experiência esportiva. Durante o vôo, mil preocupações ocupam uma tripulação. Pensando bem, esse vôo parecia de uma facilidade impressionante e uma frase vem naturalmente, tolamente, na ponta da caneta: “Este foi um vôo sem história”. No entanto, foi necessário permanecer em comunicação com diferentes estações radio-telegráficas, garantir com precisão a navegação e permanecer por muitas horas nos comandos do avião. Isto nada mais é do que a aviação. Toda a viagem permaneci numa altitude muito baixa, entre 50 e 200 metros, mantendo regularmente a velocidade de 160km/h. O mar estava relativamente calmo e de uma cor verde fosca, uniforme. Não avistamos nenhum barco a não ser o Phocée, localizado a 900 km de Dakar, por medida de segurança. Duzentos quilômetros após o Phocée, sobre o qual passamos rapidamente, nos mantivemos sempre em contacto com a estação radiogoniométrica de Saint Louis. Dabrit controlava facilmente sua navegação em cada quarto de hora, através da recepção em ondas médias de 600 m realizadas por Gimié.

 

 

 

Seis anos depois Jean Mermoz e sua tripulação desapareceram no Atlântico fazendo a mesma rota original. Restos do seu aparelho, ou da tripulação, jamais foram encontrados.

Última atualização ( Sex, 06 de Junho de 2014 11:29 )  

Comentários   

 
0 #130 igavomej 02-06-2022 11:20
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0 #125 exalayakewih 03-08-2021 14:12
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0 #124 acakolotu 03-08-2021 14:04
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0 #123 aatoyuceripe 29-07-2021 00:36
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0 #122 aqikori 29-07-2021 00:27
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