Instituto José Maciel

Nascido em Salvador, filho de um fidalgo português e de uma escrava liberta, Luís Gama foi ilegalmente vendido, aos 10 anos de idade, pelo próprio pai. Evadiu-se do cativeiro e iniciou uma carreira brilhante como abolicionista, jornalista e rábula (aquele que advoga sem diploma de direito), influenciando figuras como Rui Barbosa e Joaquim Nabuco. Luís Gama notabilizou-se por utilizar a Justiça para abrir caminho para a libertação dos escravos. Como resultado das pressões da coroa britânica, o império aprovou uma série de leis proibindo o tráfico, concedendo liberdade aos mais velhos ou àqueles que viessem a nascer. Eram ‘’leis para inglês ver’’, pois não havia nenhum esforço para implementá-las. Luís Gama, no entanto, levou-as muito a sério. Por intermédio de uma rede de colaboradores, levantou recursos e propôs inúmeras ações judiciais. Utilizava-se da imprensa para expor juízes omissos e negligentes. Obteve a libertação de milhares de escravos. Luís Gama deu início no Brasil a uma linhagem de defensores dos direitos humanos, que usam a lei para fazer justiça.

Oscar Vilhena Vieira

‘’ELE SE SENTIRIA REALIZADO VIVENDO NO BRASIL HOJE, EM QUE NEM SEQUER A DIVISÃO DA POPULAÇÃO EM RAÇAS FAZ SENTIDO, APESAR DOS ESFORÇOS DE DEFENSORES DE COTAS E DE OUTROS SEGREGACIONISTAS".