Instituto José Maciel

50 Grandes brasileiros e seu legado | Joaquim Nabuco (1849-1910)

E-mail Imprimir PDF

As nomeações para o funcionalismo por estritos critérios políticos são infrações previstas na Constituição Federal, denunciadas na imprensa desde a independência, mas popularizadas quando o império se desprestigiou (1870). Inspirado no liberalismo inglês, Joaquim Nabuco abordou aquele e outros problemas do Brasil, como a escravidão e a centralização política, na expectativa de aperfeiçoar a monarquia e criticar a República. Propôs que a administração pública fosse exercida por uma aristocracia de talento intelectual reconhecido por seus pares, que personificou exemplarmente. Com apoio do pai – o senador Nabuco de Araújo -, tornou-se adido da representação brasileira nos Estados Unidos e em Londres e deputado por Pernambuco; escolhido nas urnas, representou o abolicionismo no Parlamento imperial; por seus méritos e gestão de amigos republicanos foi embaixador na Europa e nos Estados Unidos.

Izabel Marson

‘’ELE FICARIA DESAPONTADO COM A INCAPACIDADE DE ERRADICAÇÃO DA PRÁTICA DO EMPREGUISMO ESTATAL NO PAÍS, MESMO UM SÉCULO DEPOIS.’’

 

50 Grandes brasileiros e seu legado | Rui Barbosa (1849-1923)

E-mail Imprimir PDF

Na política, a palavra persuasiva é uma força mais perene que a brutalidade, como atesta a trajetória de Rui Barbosa, ‘’o maior coco da Bahia’’, segundo a definição de uma caricatura de vieira da Cunha, publicada em 1919. Abolicionista, republicano e federalista, frustrado quatro vezes em aventuras eleitorais mas sempre aclamado como herói nacional, Rui alçou seu voo de águia na Conferência de Paz e Haia de 1907. Representando o Brasil, rejeitou um tribunal de arbitragem controlado pelas grandes potências, conferindo forma prática ao conceito da igualdade jurídica das nações. O seu argumento, de que a força não deveria ser consagrada como intérprete legítima do Direito, triunfaria definitivamente apenas com a criação da Corte Internacional da Justiça de Haia, em 1946, depois de duas guerras pavorosas. Hoje, a igualdade jurídica das nações corporifica-se na Assembleia-Geral da ONU.

Demétrio Magnoli

‘’ELE FICARIA ENSATISFEITO COM A MANUNTENÇÃO DO PODER DE VETO DAS POTÊNCIAS NO CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU.’’

 

50 Grandes brasileiros e seu legado | FRANCESCO MATARAZZO (1854-1937)

E-mail Imprimir PDF

Imigrante italiano, gênio dos negócios, veio ‘’fazer a América’’ e fez. Construiu um gigantesco império econômico, a partir do conceito de verticalização da produção. Suas indústrias utilizavam muitas matérias-primas próprias. Por exemplo: comercializando porcos em Sorocaba, viu que podia produzir banha e vende-la. Passou então a fabricar latas para embalar o produto, e assim por diante. Matarazzo cresceu rapidamente e, em 1911, criou as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo-IRFM, o maior e mais diversificado conglomerado empresarial da América Latina. Entre seus ramos de atuação estavam alimentos, tecidos, bebidas, transporte terrestre, navegação de cabotagem e transatlântica, portos, ferrovias, metalurgia, energia, agricultura, bancos, imóveis urbanos e mais. Teve quase 400 plantas industriais no Brasil e atuava também no exterior. O conde Matarazzo morreu em março de 1937. Era o italiano mais rico, dono da quinta fortuna do planeta. As IRFM sobreviveram até os anos 1980. As lições de empreendedorismo de seu fundador permanecem atuais.

Ronaldo Costa Couto

‘’SERIA CAPAZ DE VENCER TAMBÉM NO BRASIL CONTEMPORÂNEO, COM SEU ESPÍRITO EMPREENDEDOR E COM A DIVERSIFICAÇÃO NOS NEGÓCIOS. ’’

 

50 Grandes brasileiros e seu legado | RODOLFO TEOFILO (1853-1932)

E-mail Imprimir PDF

A varíola era uma doença que a cada epidemia causava muitas mortes em todo o mundo. A solução surgiu em 1796, com a vacina criada por Edward Jenner na Inglaterra. A vacinação foi iniciada no Brasil em escravos das cidades litorâneas já em 1804, como medida de cunho econômico. Mas, 100 anos depois, o benefício da imunização ainda era negado aos cidadãos em geral. Se, no Rio de Janeiro, Oswaldo Cruz iniciava a vacinação em massa com o apoio do governo federal, no Ceará, ela era boicotada pelo governador. Rodolfo Teófilo, escritor e farmacêutico, decidiu em 1905 produzir e aplicar a vacina em todo o estado utilizando recursos próprios e o engajamento de voluntários. A sua ação foi equivalente ao trabalho recente de Zilda Arns na Redução da mortalidade infantil, mas sem a ajuda de governos e empresas.

Paulo Lotufo

‘’SE VIVESSE NOS DIAS DE HOJE, CONTINUARIA SENDO UM DOS POUCOS ABNEGADOS QUE EXERCEM A GENEROSIDADE EM PROL DO BEM PÚBLICO. ’’

 
 Natal/RN - Brasil,