Instituto José Maciel

Fascinante

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Relato sobre Valério, que foi Arbusto e Árvore, e sobre Macaíba, que será Valeriana

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O Tejo é mais belo que o rio que corre para minha aldeia;
mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre para minha aldeia.
Porque o Tejo não é o rio que corre para minha aldeia.
(Fernando Pessoa)
 
 “Se queres ser universal começa por pintar a tua aldeia”
(Tolstoi)

Veio-me a palavra: Macaibística. E as associações de idéias (ou rimas?) – probabilística, infortunística, logística – tantas, que formariam um cortejo maior que o beija-mão das autoridades civis e eclesiásticas. Talvez a expressão Macaibística indique a ciência, o estudo, os fundamentos, o conjunto de conhecimentos que caracterizem e definam a raiz “Macaíba”.

Descubro que a palavra Macaíba, designa uma palmácea espinhosa, que produz um fruto carnudo, e que é encontradiça em todo o território brasileiro, chegando até à América Central.

Satisfaço-me com a explicação, mas abandono, temporariamente, a alta, esguia e exuberante palmeira, para pesquisar as suas conseqüências toponímicas, pois quero tratar da cidade de Macaíba, antes conhecida como Coité, este, um arbusto que também produz frutos

Cogito que a cidade tanto cresceu que o arbusto tornou-se insuficiente para descrevê-la, e então a vila se converteu em árvore, altaneira, rija e pujante graças ao empreendedor Fabrício Gomes Pedrosa que entendeu a metáfora e propôs a mudança.

Sempre que vou à Quinta dos Pirilampos o meu paraíso incrustado em Tabatinga, no território macaibense, escolho o trajeto da BR por comodidade. Não que a estrada esteja em condições trafegáveis, mas é asfalfada, circunstância que nos transmite uma impressão de segurança e conforto. De fato, aqui para nós, apesar de todos os perigos, sinto-me tentado a ir pela estrada que segue pela ponte das lavadeiras, enfrentar a curva da morte, o Peixe-Boi, pelos Guarapes, até chegar na Mangabeira, para evocar meu tempo de menino dos anos cinqüenta.
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Chocolate Quente

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A arrogância de quem não acredita

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Sempre houve afirmações de ateísmo por parte de filósofos e cientistas. E mesmo de pessoas com projeção intelectual ou que pretendem adquiri-la através de atitudes irreverentes em que se propõem a demonstrar pretensa superioridade cultural. A frase de Voltaire – “Écrasez l’infame”, esmagai o infame – serve de lema para essa categoria de pessoas. Embora Voltaire fosse deísta e quisesse na verdade investir contra a Igreja Católica e os dogmas religiosos. Mas para muitos a declaração de que são materialistas, agnósticos, descrentes da existência de qualquer dimensão espiritual parece ser uma forma de autoafirmação, de se colocar acima da grande massa que pratica –formalmente – alguma crença religiosa. Esses incrédulos desprezam até mesmo quem alimenta uma fé cheia de dúvidas, mas que, em meio a questionamentos, tem confiança em um Poder que comanda os destinos humanos e a que se pode recorrer nos momentos de aflição, de dor, de desespero.

Compreendo as posições dos que se dizem ardorosamente materialistas, que negam tudo que o esteja fora do alcance de uma lógica autossuficiente ou da lúcida e pretensiosa racionalidade humana. Ninguém, afinal de contas, é obrigado a ter fé. Ao contrário, essa é uma decisão muito pessoal, subjetiva, íntima. Diria até mesmo que não é lícito condenar, como muitas vezes se faz, as ideias e posições de quem se coloca contra os princípios de alguma ou de todas as religiões. Embora se deva admitir que às vezes a falta de fé decorre paradoxalmente de uma carência: a pessoa não encontra respostas que satisfaçam e superem incertezas, inquietações, angústias e exigências espirituais.
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