Sr. Ademar Romero de Medeiros

Imprimir

Ademar Romero de Medeiros, nasceu em Caicó em 24/04/1895 e faleceu em Natal no dia 26/01/1967, aos 72 anos de idade.

Ademar Medeiros foi um seridoense integro, sem vaidades, retraído em excesso, professor o jomalista, intoligentissimo e de alta capacidade de trabalho. Fez o curso primário em Caicó, João Pessoa (Paraíba), vindo residir em Natal em casa do professor Manoel Augusto Bezerra de Araújo (pai de José Augusto e Silvino Bezerra Neto), conoluiu o ginasial freqüentando o Atheneu.

Retomando ao Seridó, residiu seguidamente em São João do Sabugi, Caicó e Serra Negra onde foi professor de Português e Francês por muitos anos. Em Caicó foi o primeiro gerente da Empresa de Energia Elétrica, em 1925. Também manteve comércio em Serra Negra onde casou com Dona Severina Montenegro de Medeiros, aquela que foi a sua companheira leal e dedicada em todos os momentos de sua vida e de cujo matrimônio constituiu numerosa família, toda ela de maior projeção em nossa sociedade. Chefe de família exemplar deixou os seguintes filhos: Carlos Augusto (São João do Sabugi - Comerciante), Omar (Serra Negra do Norte – Advogado e Comerciante), Nadir (Medido, Serra Negra), todos já falecidos, além de Antônio Justino (Serra Negra - Técnico Agrícola), Nilda (Serra Negra do Norte) e Maria Augusta (Caicó).

Ademar era filho do casal professor Experidião Eloi de Medeiros (filho do Cel. José Bernardo de Medeiros e Maria Engracia Dantas de Medeiros). Eram seus imãos: Moacir (comerciante), Aldo (Ministro do Tribunal de Contas), Floriano (corretor), Djalma (funcionário da Fazenda Federal), José Bernardo (comerciante), Elisio (Tabelião) e Florizel (comerciante), além de Paulina, Maria Eudócia, Aurea e Elza Medeiros, todos gozando o maior conceito em nosso Estado.

Posteriormente, Ademar Medeiros, passou a residir definitivamente em Natal onde iniciou as atividades de corretor de algodão, missão que desenvolveu com rara felicidade graças ao seu grande espírito de trabalho e o largo círculo de amizade que soube conquistar. Comerciante próspero e de grande visão, em pouco tempo ampliou ainda mais suas atividades no comércio, representando grandes empresas do país, contando com a colaboração dos filhos e genros. Foi um líder empresarial autêntico, emprestando sua decidida ação aos destinos da Associação Comercial, a mais antiga entidade empresarial do Estado, da qual foi membro do seu Conselho Deliberativo por muitos anos. Em 1930/31 Ademar Medeiros, foi o gerente do Curtume São Francisco de propriedade dos médicos Aderbal de Figueiredo e Januário Cicco (hoje pertencente à firma J. Mota Ind. e Comércio S/A).

Ademar Medeiros acompanhou o movimento literário do Estado e do País. Amante da boa leitura, possuía uma das melhores bibliotecas particulares de Natal. Em vida, Ademar Medeiros mostrou desejo de que, em caso de morte, sua biblioteca fosse doada à Fundação José Augusto, o que foi feito, numa homenagem ao patrono da entidade, que em vida foi um dos seus mais sinceros e intransigente amigo. Grande parte de seus livros prediletos eram em francês, língua que dominava facilmente. Sobre o francês e literatura Ademar Medeiros mantinha contatos permanentes com seus melhores amigos: José Augusto, Juvenal Lamartine, Eloi de Souza, Aderbal de Figueiredo, Bruno Pereira, José Tavares, Luiz Antonio e Poti Medeiros. Era um homem de cultura. Ademar era sócio do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, por proposta do Dês. Silvino Bezerra Neto.

Admirador e divulgador da França e de sua gente que lutou bravamente, à época da invasão, por uma França livre, sob o comando do grande estadista Charles de Gaulle, contribuiu de todas as maneiras para os “Voluntaires Des Forces Françaises Libres" e por isso mesmo foi contemplado, após guerra, com um diploma de Mérito assinado pelo General De Gualle nestes termos: "O GENERAL DE GAULLE - Agradece ao Sr. ADEMAR MEDEIROS a ajuda generosa que nunca deixou de fornecer aos Voluntários das Forças Francesas Livres. A França Livre não esquece jamais os amigos dos tempos dificeis. 15 de janeiro de 1946. o Diploma tem impresso também a “Cruz de Lorena", que era o símbolo da Resistência da França Livre.

Ademar, recebeu também , após a "II Grande Guerra Mundial" o "Diploma da Ordem do Fole", daqueles que acomapnharam fielmente as façanhas da R.A.F. e da F.A.B., na destruição de 10.000 aviões do Eixo, assinado pelo seu Presidente, G. Ciclorey, e o secretário, sr. Temporal. Em Natal, Ademar Medeiros, também militou na imprensa local, tendo sido na década de 30 Gerente de "A República". Publicou nesse período alguns trabalhos interessantes que refletiam bem sua inteligência, inclusive "Origens do Seridó", publicado em “A República" e que foi produto de uma palestra que proferiu em.Caicó, em reunião cultural feita ali no ano de 1924, presidida pelo então Governador José Augusto Bezerra de Medeiros.

Foi proprietário da Fazenda Brejinho, em Macaíba, onde costumava passar os fins de semana na intimidade da família.

Texto de: Luiz G. M. Bezerra