Escritora Maria de Lourdes Cid

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Se estivesse viva, minha mãe completaria 100 (cem) anos; assim digo, em relação a seu corpo físico. Na verdade, em nossa lembrança estará sempre viva, presente nos seus filhos, netos e bisnetos, nos ensinamentos que nos transmitiu, nos exemplos de uma filha carinhosa, de uma mãe sempre atuante, na caridade com os mais necessitados, na solidariedade e na honradez, que pautou a sua vida.

Lembro-me mais fortemente que afirmava com muita convicção e objetividade, para que “lembrássemos dela, mas sem sentir saudades”, preparava-nos para que não houvesse sofrimentos, para um amanhã sem ela. Costumava também afirmar com forte dose de certeza que “esquecer é humano, mas perdoar é divino”, como se a nos pedir obediências aos ensinamentos de Jesus Cristo, nos orientando a convivência sem rancores e sem ódios – exemplo de uma legítima “Filha de Maria”.

Maria de Lourdes Cid, afastada de sua terra natal, MACAÍBA, nunca deixou de amar, de cultuar seus valores e suas personagens. Lembro-me quando se referia ao Rio Jundiaí, as palmeiras “macaíba”, que deu nome ao povoado, hoje cidade, a Igreja Nossa Senhora da Conceição e as mangueiras que recepcionava aos visitantes, o orgulho que mantinha por personagens, como a poetisa AUTA DE SOUZA, contemporânea de sua mãe (Mª Leonor) e tias (Amélia e Olindina), filhas do Coronel Aureliano Clementino de Medeiros, que inaugurou a primeira Ponte de Macaíba, destruída pelas águas em 1945, de Augusto Severo, Eloy de Souza, Augusto Tavares de Lyra, de Alberto Maranhão, de seu pai farmacêutico de Macaíba, João Evangelista Cid e de seu professor emérito Henrique Castriciano, autor do primeiro prefácio de seu livro CORAÇÃO RIMADO, cujo texto desapareceu misteriosamente.

Lembro-me de referências ao Baobá de Jundiaí!!!

Na verdade, MARIA DE LOURDES CID, que hoje recebe nome de rua em sua terra natal, graças a dedicação e ao carinho de Daisy Leite, que quando Presidenta da Academia Feminina de Letras do Rio Grande do Norte, tendo-a como Patronesse, que reconheceu a qualidade de suas poesias, através da leitura de CORAÇÃO RIMADO e de MURMÚRIOS DA MÃE NATUREZA, me fez acreditar que não se morre, a gente está sempre presente nas sementes que plantamos, no legado espiritual ou quanto repassamos aos nossos.

Salvador, 13 de junho de 2009 – Ano do Centenário de Maria de Lourdes Cid
Walter Luiz Cid do Nascimento
Conselho/Clube dos Escritores de Piracicaba
Ocupa a Cadeira de MARIA DE LOURDES CID
Última atualização ( Qua, 02 de Julho de 2014 17:06 )