Instituto José Maciel

A Franca de Americo

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O escritor potiguar Américo de Oliveira Costa tinha um forte vínculo com a cultura francesa, a ponto de difundi-la em quase todos os seus grandes e pequenos atos. Desde as conversas familiares, debate em salas de aula aos livros que escrevia, havia sempre uma referência ao país europeu. “Américo de Oliveira é uma peça fundamental para a divulgação da cultura francesa no Estado”, disse Gileude Peixoto, presidente da Aliança Francesa de Natal.

Américo foi um dos responsáveis pela fundação da Aliança Francesa na capital potiguar e para comemorar os 100 anos de nascimento deste que foi um dos maiores escritores do Estado, a Aliança promove hoje, às 19h, uma edição especial do Sarau Poético, onde poemas cedem espaço para falas e depoimentos de homens e mulheres que conviveram e aprenderam com o escritor.

Personagens como a professora Noilde Ramalho, o artista plástico Dorian Gray Caldas, o médico e ex-presidente da Aliança Francesa, José Valério Cavalcante, deram depoimentos sobre Américo num vídeo que será exibido na noite de hoje.Dorian Gray disse  ao VIVER que Américo acompanhou a sua geração: “Ele Influenciou a nossa maneira de escrever e pensar. Ele era um modernista”.  O artista revela que foi aluno de Américo, que leu os seus livros e que tinha grande admiração por ele.
O vídeo é inédito e abre passagem para o escritor e jornalista Vicente Serejo, que atualmente ocupa a cadeira de Américo, na Academia Norte-rio-grandense de Letras. Serejo vai fazer um paralelo entre Américo, a literatura e a cultura francesa. Em seguida a desembargadora Maria do Perpetuo Socorro Wanderley vai falar sobre a influência da cultura francesa no direito local. Encerrando os depoimentos foi convidada a professora aposentada da UFRN, Vitória Costa, filha de Américo.

Além dos depoimentos em homenagem ao ilustre potiguar, o público poderá adquirir por R$ 40, o livro “O Habitante da Biblioteca: 100 anos de Américo de Oliveira Costa”, de João Eduardo, neto de Américo. O livro foi a forma encontrada por João, de comemorar o centenário de nascimento do avô, ocorrido em 22 de Agosto de 1910, na cidade de Macau.

Segundo João Eduardo, a razão talvez esteja na imensa admiração que tem por seu saudoso avô, aliado à ânsia de deixar registrado, na literatura, uma biografia dessa personalidade multifacetária de escritor, cronista, cônsul honorário da França, Sócio Fundador da Aliança Francesa, Membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras, membro do Pen Clube do Brasil, membro do Sabadoyle, professor, jornalista, promotor e procurador do estado. A biografia de Américo foi escrita com o apoio de seus filhos e netos.

Arte para o escritor

Completando a noite de homenagens será aberta a exposição “As Estruturas dos sonhos”, da artista plástica e escritora Dione Caldas. Com traços semelhantes aos do pai, Dorian Gray, Dione apresenta seu trabalho e fala, que a pesar da influência recebida ao longo da vida, o resultado final é uma obra original. “Cresci vendo o meu pai pintar, mas nossos trabalhos são totalmente diferentes”, disse Dione.

A artista explica que seus quadros são do estilo abstrato expressionista, destes em que os detalhes se revelam nas observações mais demoradas. O material utilizado por Dione é a juta (uma espécie de estopa), pó de madeira, massa acrílica além da tinta. Na exposição estarão 12 quadros, em amanhos e preços variados.

 

Maria Betânia Monteiro - repórter - Tribuna do Norte
 

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